Não concordo com esta construção que, para além de ser um atentado à beleza e à estética, acho que a hierarquia católica, com esse dinheiro, especialmente numa altura de crise, podia ajudar no projecto "Igreja Solidária", pagar as dívidas que já contraíram e/ou recuperar as igrejas que estão em completa degradação em vez de desperdiçar dinheiro numa obra megalómana

o discordar com este projecto é uma questão de consciência e não uma questão estética e os maus exemplos que vão existindo por aí já construídos não servem de desculpa para que se possa continuar; o mau não serve para desculpar o pior que se segue mas sim como exemplo do que não fazer nem repetir.

Ultima notícia sobre o mamarracho do troufa no restelo, "Teotónio Pereira Considera Igreja do Restelo Uma Aberração"
http://www.publico.pt/Local/teotonio-pereira-considera-igreja-do-restelo-uma-aberracao_1410434

mais noticias e comentários sobre o mono:
http://cidadanialx.blogspot.com/search/label/troufa real

Embora seja certo que o gosto não se discute, há determinados projectos arquitectónicos que podem ser considerados como aberrantes pelo seu enquadramento na paisagem, ou por falta de adequação funcional. Considero que o projecto em causa cai nestas duas categorias. É despropositado para uma zona urbana da cidade. É igualmente desadequado para a função igreja que requer simplicidade e apelo ao recolhimento e elevação. Como alguém disse, esta edificação "impõe-se", atrai a minha atenção, mas no mau sentido, provocando-me um sentimento de rejeição. O facto de existirem outras edificações aberrantes (Amoreiras, Colombo, em todo o caso de muito menor gravidade) só me leva a desejar que não se repitam!
José C. Rodrigues

Não consigo deixar de fazer um reparo às opiniões de que "o gosto não se discute" e que de alguma forma quem é contra está a atentar contra a liberdade de uma minoria, que é dona do seu nariz, dos seus bens e do seu sentido de bom gosto e que está a exercer esse direito.

Em primeiro lugar a cidadania comporta mais deveres que direitos.

Um desses deveres é assegurar que a nossa liberdade não interfere com a liberdade dos outros. Ora, como a liberdade que o gosto ou a opinião pessoal comportam é perfeitamente discutível, existem regras de vivência em sociedade, sendo que o regime democrático prevê o debate público para certos temas DO INTERESSE PÚBLICO. E qualquer edifício é do interesse público, pois o seu impacto no contexto urbano não afecta apenas quem o utiliza, ou o seu proprietário, afecta e muito a vizinhança, pessoas e locais, sobretudo se os Jerónimos, o classificado Bairro do Restelo, a Torre de Belém, o Monsanto fizerem parte desse contexto urbano. Esta igreja vai ficar construída para além do tempo de vida de qualquer um dos intervenientes.

E caso haja dúvidas com os 99% e 1% do caro João Fonseca, em democracia manda a maioria.

Como alguém votou no executivo do Dr. Santana Lopes para a CML e alguém desse executivo aprovou este projecto, dir-se-ia que a democracia funcionou. Excepto.... se não houve o prazo de 15 dias de discussão pública prevista na lei para a aprovação, já que existem quadros específicos de aparente excepção, que parecem aplicar-se apenas a projectos polémicos. Já agora convém dizer que se pode chumbar um projecto por falta de qualidade estética. Aliás, o Troufa Real já viu o seu projecto da Bandeira Habitada na Expo embargada dessa forma.

Alguns pormenores:

- A paróquia está a contar com a ajuda financeira do Governo, visto só ter 1 dos 4,5 milhões necessários. Ainda acha que a maioria não tem voto na matéria?
- A aprovação deu-se após a permuta de terrenos, o que sugere troca de conveniências, e onde muito provavelmente reside a resposta ao mistério da aprovação deste belo exemplo de onanismo de arquitecto piroso (nas suas próprias orgulhosas palavras em entrevista em 2004).

Posto isto, gostos discutem-se, porque eles são o resultado da cultura de uma sociedade e de um país, e porque têm este género de resultados, que sim, dizem respeito a todos.

Caro João Fonseca, percebo a questão do gosto dos outros, e tenho plena consciência que muitos outros atentados tem sido realizados por todo o país. Este é apenas mais um.
Mas tem que haver um conceito de urbanismo nas cidades, e esse conceito não pode aceitar - nem nunca aceitou - todos os gostos de cada um.
Este projecto claramente "escapou" a esse urbanismo... ainda vamos a tempo de corrigir esse erro.
Existem muitas de dezenas de igrejas em Lisboa, se cada uma decidir fazer o que bem lhe apetecer... ficamos com uma cidade da fantasia...