Eu votei discordar, não que me identifique ou goste do projecto, na verdade acho-o uma aberração. Ainda assim não me oponho que este projecto seja construído. Temos vários exemplos de aberrações arquitectónicas : Amoreiras, Colombo, Colombo com torres Colombo, Novos prédios em pleno Bairro dos Olivais, etc... O facto há quem se identifique bastante com projectos que são aberrações, e ninguém está no direito de julgar o que é o gosto de outro indivíduo. Se por exemplo, acharmos que apenas 1% das pessoas gostam do projecto, ainda assim, não dá direito aos outros 99% de se oporem à sua construção. Se imaginaremos a % de pessoas que se identificavam com o projecto da Igreja de Notre-Dame-du-Haut de Courbusier no inicio do século XX, o mais provável era esta nunca ter sido construída. Note-se que não quero fazer qualquer analogia entre os projectos, mas apenas no que respeita à consensualidade.

A Igreja católica tem-nos habituado a um grande bom senso no que diz respeito a opções de arquitectura. A recente Igreja de Fátima é um excelente exemplo desse facto. Assim, tenho esperança que o projecto seja francamente melhor do que a maqueta do vídeo sugere.

Quanto ao Arquitecto, penso que conseguiu o que pretendia, protagonismo.

Uma igreja nova nasce da vontade da comunidade cristã que a promove. É o seu espaço de celebração da fé e sua imagem, imagem de uma igreja local na cidade. Não deve nascer contra a comunidade cristã. Projecto "gracioso" do arquitecto - como noticiou o Público - quer dizer presente envenenado, isto é, uma forma de contornar a comunidade e impor o que se quiser. Mostrou-se uma maqueta maltrapilha, impôs-se um símbolo kitch, desadequado à função, uma arquitectura duvidosa, um urbanismo irresponsável, um arquitecto ausente do país, uma divida financeira que a comunidade cristã terá de pagar. Ainda se está a tempo porque o pior ainda não chegou.
A comunidade civil e paroquial de Belém deve dizer NÃO, com todo o apoio dso cidadãos de Lisboa.

Não vou fazer comentários de ordem estética ou urbanística por enquanto.A empresa que está a construir "esta coisa" invadiu o espaço público onde existia estacionamento, além disso não obedece as normas de recuo para os tapumes. Fui à Junta que, através de nota postal, enviou queixa à polícia. Os policiais vieram e falaram com representantes da empresa no terreno e depois estiveram na minha casa e deixaram recado a dizer que a Igreja tem prerrogativas especiais e esta empresa concessionária não precisa cumprir as regras como as outras.Tenho a impressão de que a Junta concorda com estas "orientações".