Os Estados desde praticamente a sua formação submeteram-se aos ideias da Moral dominante, sem a questionar, sem avaliar o quão potencialmente danosa ela poderia ser para o desenvolvimento individual e que, automaticamente, prejudica o desenvolvimento de um Estado e de uma Sociedade.

A moral reinante no nosso país tem como principal característica considerar o sexo como sendo algo "sujo" - daí pouca gente falar sobre ele, haver vergonha em falar sobre a masturbação, sobre a estimulação anal e, obviamente, a homossexualidade. A homossexualidade, contudo, apenas sofre por ser a característica de uma minoria, minoria essa separada da demais sociedade por uma característica vinculada com o sexo, o mesmo que é diabolizado pela sociedade.

Mas o que interessa no final de contas não é averiguar a origem da homofobia, que é uma origem moral e religiosa cristã, o que forçaria a um ataque à Igreja, ainda detentora de grande poder e, consequentemente, à fé de muita e muita gente em Portugal. Assim, convém talvez deixar a origem de lado e passar a usar uma das melhores armas que temos: a Educação.

Através da Educação, podem-se desmistificar crenças erradas sobre a homossexualidade que a atiram para a marginalidade - desde a suposta promiscuidade dos homens homossexuais até ao facto da legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo vir a prejudicar as taxas de natalidade, o que assusta imensa gente, dado que Portugal é um país envelhecido.

Assim, a par da legalização dos casamentos homossexuais, necessários a muitos casais que reconhecem o direito a ter os mesmos direitos que os casais heterossexuais mas cujo direito não lhe é reconhecido pelo Estado, urge apostar numa educação anti-dogmata e cientificamente correcta. Apenas assim mais tarde poderemos acabar com a homobitransfobia e alargar os direitos dos homossexuais como, por exemplo, o direito à adopção.