Uma das mais ignoradas formas de poluição do mundo moderno é a Poluição Luminosa. A poluição luminosa é o efeito produzido pela utilização de candeeiros e projectores que por má concepção ou instalação desempenham de forma ineficiente a sua função de iluminar as zonas em que se encontram instalados, emitindo um fluxo luminoso para além da sua área de influência, concretamente para cima e para os lados, com efeitos nocivos no meio ambiente, populações, economia e na visibilidade do céu nocturno.
Aves, morcegos, e outros animais de hábitos nocturnos desorientam-se devido à presença de iluminação mal concebida, acabando por se desviar dos seus habitats acabando por embater em obstaculos que não conseguem detectar devido ao encadeamento, por vezes com consequências fatais.
Também os seres humanos são influenciados pela constante exposição à luz, com estudos recentes a evidenciarem uma relação entre o uso exagerado de iluminação nocturna e a qualidade de vida das populações expostas a tais condições, sofrendo alterações nos seus ritmos biológicos que provocam distúrbios de sono, fadiga e stress. Outros estudos demonstraram também que iluminação mal concebida em espaços publicos, pode levar a um aumento da criminalidade e vandalismo devido à dificuldade acrescida na detecção de suspeitos pelas forças da ordem.
Económicamente a utilização de luzes que iluminam áreas desnecessárias (ou até mesmo candeeiros virados para cima, para o céu) traduz-se num desperdiçar de mais de 50% da energia eléctrica consumida, com impacto directo nas emissões de CO2 e nos cofres públicos.
Também a herança cultural que constitui o céu nocturno, fonte de histórias milenares em que boa parte da nossa mitologia assenta, se perde banhado em iluminação artificial desperdiçada, privando as gerações actuais e futuras de usufruir da imensa riqueza cultural deixada pelos nossos antepassados.
Pretendo com esta proposta alertar a sociedade e o governo para a necessidade de elaborar legislação que regule a utilização de iluminação exterior de modo a combater esta forma ainda pouco conhecida de poluição, através da
- abolição de candeeiros ineficientes, em que apenas uma fracção do seu fluxo luminoso serve efectivamete para iluminar
- adopção de medidas que limitem o funcionamento de iluminação exterior nas horas de menor actividade humana (das 0h às 5h)
- regulamentação do uso de iluminação em espaços privados de modo a limitar o fluxo luminoso aos limites da propriedade, e limitação da intensidade luminosa autorizada
- limitação da instalação de iluminação publica a áreas em que de facto esta seja útil à actividade humana
Mais informações sobre o tema podem ser recolhidas nos seguintes sítios:
- Uma análise técnica da autoria do Astrónomo Amador Guilherme de Almeida -
http://clientes.netvisao.pt/umendonc/Poluicao_Luminosa_GAlmeida.pdf
- International Dark Sky Association -
http://www.darksky.org/
- 9º simpósio europeu para a protecção do céu nocturno -
http://www.lightpollution2009.eu/
- Site da campanha "Need Less" -
http://www.need-less.org.uk/
Leia os textos dos links apresentados e repare que os globos de iluminação publica esféricos são a pior das opções pois uma boa porção da luz que se quer dirigida para o solo (porque os cidadão que querem segurança não voam,e como tal a luz não é necessária no céu :) ). Uma boa luminária (candeeiro tem mais aproveitamento energético e ilumina aquilo que é suposto iluminar. Não queria que esta posição (à minha aprte) fosse de algum modo considerada fundamentalista mas sim como uma chamada de atenção para que as futuras impelmentações possam já usufruir deste conhecimento que tem sido descurado e que, com o tempo, os candeeiros e outros pontos de iluminação pública que forem sendo substituidos, o possam ser da melhor maneira possível. Espero etr podido ajudar a esclarecer a sua questão.
José Canela